CAPÍTULO I: Conseguindo Respostas - parte 2

Author: Luan F. Bittencourt / Marcadores:

O comandante andava calmamente pelos corredores do castelo. Por onde passava era cumprimentado pelas pessoas presentes, então se dirigiu a um grande cômodo decorado com algumas plantas típicas da região e mesas e cadeiras feitas do melhor tipo de madeira, e lá estavam presentes muitos soldados em horário vago e nobres. Eles pararam o que estavam fazendo e cumprimentaram o comandante.
─ Senhores, como anda a cobrança de impostos? ─ indagou Uran.
─ Falta somente as partes sul e leste da cidade, próximos às feiras. ─ respondeu um dos soldados, cuja barba não muito longa estava suja de migalhas do pão que estava comendo.
─ Então apressem-se. Os impostos devem ser totalmente recolhidos até hoje, depois do por do sol.
─ Sim, comandante. ─ respondeu o mesmo soldado, terminando de comer o seu café da manhã.

Depois de alguns minutos de caminhada, Uran chegou na frente da porta da prisão, onde haviam dois soldados protegendo o lugar, que o cumprimentaram. O comandante fez um gesto com uma das mãos para que os soldados o acompanhassem. Um deles pegou um molho de chaves, passou alguns segundos procurando a chave certa e abriu a porta. Do outro lado havia uma escada em espiral, que dava nas celas. Enquanto desciam eram ouvidos gritos como “me tire daqui” ou “eu sou inocente”, mas todos ignorados pelos soldados.
O lugar era escuro, iluminado apenas por algumas tochas apoiadas em bases de ferro, que por sua vez presas às paredes feitas com blocos de pedra. As celas eram portas de ferro, com uma pequena janela na altura do rosto e uma abertura em baixo para que os soldados pudessem passar o prato com o alimento sem ter que abrir a porta, e no centro uma numeração.
Os três soldados andaram até a cela de número 29, então Uran pediu para que os guardas abrissem. Eles o fizeram e o comandante entrou, e lá estava o Pardo, sentado numa espécie de cama, que parecia ser bem desconfortável. Uran se posicionou na frente dele, porém o olhar do homem encapuzado continuasse direcionado ao chão.
─Temos que conversar. ─ disse Uran.
─ Então conversaremos. Comece. ─ respondeu o Pardo calmamente.
─ Quero que me diga o porque de você e seus amigos sequestrarem a princesa.
─ Não lhe devo explicações.
Uran segurou o dedo indicador do homem.
─ Diga-me! ─ disse o comandante com um tom de voz agressivo.
O pardo continuou calado, então Uran forçou o dedo que segurava para cima, e foram ouvidos estalos e gritos de dor.

Continua...

CAPÍTULO I: Conseguindo Respostas - parte 1

Author: Luan F. Bittencourt / Marcadores:

É dia dos comerciantes na capital de Aerandir. As ruas estão muito movimentadas e as feiras lotam no centro da cidade. É o dia em que pessoas de todos os lugares chegam para apresentar e vender suas mercadorias, que, a maioria, são novidades para os moradores de Edran. Bebidas, objetos de decoração, comidas, brinquedos, todo tipo de coisa é vendido neste dia, somente as mercadorias bélicas ficam de fora.
Todas as pessoas na cidade comentam o acontecido na noite anterior, inclusive com os comerciantes de outras localidades.

− Isto não pôde ter acontecido! − grita o rei Ardon, de pé na frente dos soldados sobreviventes do incidente − Vocês são irresponsáveis! Não servem nem para ficar de guarda na frente de um portão! Argh! Saiam já da minha frente!
− Sim, Senhor. − dizem os soldados inconformados com a reclamação, mas ainda assim mantendo o respeito pelo rei, sem questioná-lo.
Os soldados saíram do salão, menos um.
− O que quer comandante Uran? − indaga o rei olhando o soldado.
− Eu entendo a sua indignação, meu Rei, mas eram Pardos! Não estávamos preparados para aquele ataque. Eu tentei correr atrás deles, mas além de a armadura me dá um peso extra, eles correm muito mais do que qualquer homem normal! − disse o comandante, retirando o seu elmo e revelando seus lisos e longos cabelos negros, o seu rosto fino e seus olhos castanhos.
− Ela fazia dezoito anos. Eu a preparei para fazer parte do conselho executivo. Hoje mesmo ela começaria a sua vida política! E quem sabe ela não me substituiria quando chegasse a minha hora?
− Mas senhor, isso é contra as leis de...
− Que se danem as leis de hereditariedade! Eu faço algumas mudanças nelas! Todos esses anos somente homens subiram ao trono de Edran! Eu e minha filha mudaríamos isso.
Fez-se silêncio por um tempo.
− O senhor quer que eu vá atrás dela? Ainda há tempo.
O Rei parou por um curto período de tempo, sentou-se no seu trono de ouro com almofadas vermelhas. Seu rosto demonstrava preocupação e dúvida, então se pronunciou:
− Recrute algumas pessoas. Deve haver alguns bons guerreiros espalhados pela cidade. Você e seu grupo parte amanhã pela tarde.
− Sim, meu Rei. − O comandante do exército de Edran curvou-se perante o símbolo de maior nobreza e se dirigiu à saída do salão real.
−Ah, − disse o rei − traga a minha nova espada.
− Farei uma coisa antes.
Então Uran se retirou e o salão foi tomado pelo silêncio.

Continua....

Prólogo - parte 2

Author: Luan F. Bittencourt / Marcadores:

Chegaram seis soldados na entrada do muro do castelo, foram abertos os portões da muralha e eles entraram com as espadas na mão, preparados para uma batalha. Usavam armaduras feitas de ferro leve e acinzentadas, elmos e calças que combinavam com a armadura. Eles avistaram um pardo parado os observando.
─ O que quer aqui, criatura das trevas? ─ Perguntou um soldado ao pardo com um tom de voz alto.
O homem encapuzado deu um leve sorriso, expondo os seus dentes afiados. Após alguns segundos, ele apontou a sua mão direita na direção dos soldados, revelando uma mão fina e esbranquiçada, como se apenas houvesse pele e osso, e pronunciou:
─ Flurian Friktus! - De modo repentino, uma grande esfera flamejante surgiu na palma de sua mão e voou rapidamente na direção dos guardas.
A magia atingiu o soldado que estava ao centro dos demais, e este foi logo tomado pelas chamas. Também outros dois homens que se encontravam ao seu lado, foram consumidos pelo fogo.
Os três que sobreviveram partiram para cima do pardo, aproveitando que este havia usado muita energia, fazendo-o ficar debilitado. Um dos soldados o atacou o inimigo na cabeça, lançando sua espada sobre ele. Todavia, com uma velocidade incrível, o pardo puxou a sua arma da bainha e bloqueou o golpe do adversário, fazendo-o cambalear e cair no chão. Aproveitando-se do momento de descuido, um outro soldado cortou as costas do homem que o fez liberar um grito medonho de dor e logo depois, desmaiou.
─ Vamos matá-lo! ─ disse um soldado logo após o pardo desmaiar.
─ Não! ─ protestou o soldado que estava no chão, já se levantando ─ Devemos prendê-lo e, quando ele acordar, vamos interrogá-lo.
Ouviram-se gritos de socorro, com uma voz fina e feminina, mas, no mesmo instante, foram ouvidos sons de vidro se quebrando e se espalhando pelo chão, que os soldados julgavam ser no segundo andar. Quatro homens com roupas e capuzes marrons pularam de uma das janelas do castelo e um deles carregava uma moça jovem nas costas. Ela estava usando um longo vestido vermelho com detalhes de diamante, um colar com uma pedra brilhante no centro e uma pequena coroa de ouro com pequenas pérolas entalhadas nas suas laterais, que provava que ela pertencia a uma classe nobre.
Quando os pardos caíram no chão, eles não demonstraram nenhum sinal de dor ou dificuldade para correr, e fugiram em direção a floresta ao norte da cidade. Os soldados tentaram alcançá-los, mas os homens já haviam levado vantagem contra eles e eram tão rápidos quanto quaisquer uns dos guardas.
Um soldado franziu a testa, demonstrando medo, tentava descobrir quem era a jovem moça que os pardos haviam raptado. Ele se lembrou de uma festa que haveria hoje no castelo do rei, até que se lembrou o que seria comemorado. Então o soldado concluiu:
─ Eles raptaram a princesa ─ ele hesitou, mas depois prosseguiu ─ justo hoje, no dia do seu aniversário.
─ Belo presente. ─ ironizou o pardo, já consciente, mas ainda muito fraco.
─ Cale-se, seu estúpido! ─ gritou um soldado, dando um forte soco no seu rosto.

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Prólogo - parte 1

Author: Luan F. Bittencourt / Marcadores:

Numa cidade ao leste de Aerandir, aconteceria uma festa à noite. A festa de comemoração do aniversário da princesa seria realizada no castelo de Edran, uma grande cidade com belas construções de mármore e blocos de pedra. Os jardins floridos davam mais beleza à capital. A princesa completava os seus dezoito anos. O rei Ardon, um homem de meia idade com cabelos castanhos claros e dono de uma barba bem cuidada, pretendia preparar a melhor festa possível para agradar a sua filha.
─ Mandem alguns guardas proteger a entrada do castelo. ─ ordenou o rei Ardon a dois guardas que estavam em sua sala ─ Não quero que nada atrapalhe este dia. ─ imediatamente os guardas saíram da sala. ─ E você, ─ disse o rei apontando para o mensageiro real ─ diga a minha filha que ela use o colar do qual a presenteei. ─ o mensageiro acenou positivamente com a cabeça e andou a passos largos em direção ao quarto da princesa, que se arrumava para a grande festa.
Na entrada do castelo estavam três guardas, um que já estava lá, e os outros dois foram mandados pelo rei.
Tarde da noite, quando não havia mais ninguém nas ruas da cidade, a festa dava início no castelo. Em seu quarto, a princesa ainda se preparava enquanto seus convidados chegavam e a esperavam ansiosamente para lhe dar os parabéns.
Algumas horas se passaram. Um dos guardas avista um vulto passando rapidamente por uma das belas casas da região. Novamente o vulto aparece no outro lado, e os guardas ficam atentos. Repentinamente um homem encapuzado pula próximo a um dos soldados abrindo sua mão magra e pálida na sua direção, e disse com a sua voz rouca:
─ Narvetz! ─ O soldado que estava à sua frente parou de se mover rapidamente e caiu no chão da mesma posição que estava. Ele havia sido paralisado por uma magia do pardo.
O outro guarda ficou espantado. Aproveitando o momento, um outro pardo pulou, pegou a sua espada e enquanto caia, a enfiou no pescoço do soldado paralisado. Ele limpou o sangue no seu grande manto marrom e escalaram as muralhas do castelo.
As criaturas lançavam magias em todos os soldados que aparecia na sua frente, a mais usada era para paralisar. Nisso, eles chegaram à frente dos portões do grande castelo.
─ Vamos, vamos! ─ disse um dos pardos com uma voz rouca e trêmula.
Enquanto eles se aproximavam do portão do castelo, dois guardas que protegiam a entrada percebem a chegada dos seres soturnos e um foi chamar reforços. O que ficou desembainhou a sua espada e enfrentou os homens. Um dos pardos pulou sobre o soldado tirando a sua espada da bainha e preparando um ataque. O soldado se distraiu e então, outro pardo, puxando sua espada longa, cortou sua garganta, que logo caiu no chão com a mão no pescoço, pretendendo estancar o sangue. Os homens encapuzados deram risada, mas logo olharam para o portão aberto. Quatro deles subiram as grandes escadas do castelo enquanto o outro ficou fora, esperando na entrada. Os quatro homens encapuzados subiram os degraus. No final da escadaria, depararam-se com um corredor imenso com quase quinze metros de comprimento, e em cada parede, jaziam cinco portas e outra no seu término.
─ Olhem em todas as portas. ─ disse um dos homens.
Cada pardo se direcionou a uma porta.
Alguns minutos se passaram e um pardo saiu de uma das portas e disse:
─ Não está aqui! Vamos subir mais.
Os outros homens acenaram positivamente com a cabeça e então subiram as escadas....

Continua....